terça-feira, 10 de agosto de 2010

FHverso 2 - Preview

FHverso 2 - Cidade dos Heróis:

Nova Capital, fim dos anos 70:
No alto do Cristo, monumento mais importante da cidade, algumas pessoas se digladiam. Um grupo de super-heróis, denominado Bem-Feitores, enfrenta dois homens de uniformes negros, numa batalha sangrenta.
- Áurea, ajuda Tremor e Granizo contra o grandão. – Diz Vigilante Dourado, líder da equipe. – Hades, você fica comigo e Itamaré.
Hades, um garoto numa faixa de idade de apenas de 12 anos, se posiciona atrás do homem vestido de cowboy, com um medalhão em seu pescoço. Itamaré, mulher de cabelos negros, controladora do tempo, fica ao lado do garoto. Em frente à estes, um homem de porte físico médio, em posição de luta, os ataca vorazmente. Vigilante consegue se esquivar, mas o homem o acerta na volta. Itamaré tenta intervir, no entanto, o homem, intitulado de agente 89, usa uma grande estratégia evasiva, conseguindo sair do golpe, fazendo-o acertar o menino. Hades cai, causando um corte em sua cabeça.
No outro lado, um homem de porte físico bastante avantajado, enfrenta Granizo, Tremor e Áurea. O primeiro, um forte criocinético, ainda jovem, parte para cima do homem, usando seus poderes, mas logo é derrotado. Tremor então usa seus poderes geocinéticos para causar um terremoto, com o intuito de fazê-lo cair, mas é em vão. Neste instante, o homem golpeia o herói, fazendo-o cair. Áurea, então, tenta usar seus poderes hipnóticos contra o inimigo, mas este não funciona. O agente 74 como é conhecido, parte para cima da mulher, mas logo é parado por uma rajada de gelo de Granizo, ainda consciente.
- Então, babacão, ta felizinho agora? – Diz o rapaz, de maneira insolente.
No outro canto do lugar, Vigilante e o Agente 89 se digladiam, enquanto Itamaré tenta usar seus poderes climáticos para encerrar a luta. Neste momento, Hades, vendo que o Agente 74 está preso, resolve agir.
- Ei, vou acabar com você, grandão! – Grita o rapaz, indo em direção ao inimigo.
- Cuidado, Iago! – Grita 89, que logo é acertado por uma rajada de luz proveniente do Vigilante.
74, ao ver o menino se aproximar, o pega pelos cabelos. O garoto morde suas mãos, lhe dando um chute na boca do estômago logo em seguida. Itamaré, vendo que seu companheiro não seria páreo para o inimigo, começa a criar uma forte ventania, para ir em direção ao oponente. Neste instante, ela é alvejada por uma bala vinda do Agente 89.
- Iago, vamos sair daqui! – Grita o homem, desesperado.
- Não mesmo... Eu vou acabar com esse moleque agora! – Diz o outro, conseguindo se desvencilhar da armadilha de Granizo, que já se levantava.
74 pega o rapaz, o levantando, jogando-o contra uma parede. Esta se rompe, fazendo o garoto cair de cima do local. Neste momento, Granizo aparece para socorrê-lo.
- Se segura, Marcos! – Grita o rapaz, segurando o garoto firmemente.
- Tô me segurando! Tô me segurando! – Grita o garoto, desesperado. – Por favor, Bruno! Não me deixe morrer! Não me deixe morrer!
Neste momento, a chuva aperta. O Agente 74 vai em direção aos dois, mas logo é parado por seu parceiro, que coloca a mão em seu ombro e, com um gesto de desaprovação, balança a cabeça negativamente.
- Vamos embora daqui... Já fizemos coisa suficiente.
- Certo...
Os dois saem do local, sorrateiramente, deixando os outros lá. Vigilante Dourado tenta ajudar Itamaré, que havia levado um tiro na perna.
- Me deixe aqui... Vai ajudar o menino... – Diz a moça.
Neste instante, Granizo tenta levantar Hades mas, devido à sua luta contra o Agente 74, não tem mais forças. Sua mão começa a escorrer, causando pânico no menino Marcos, que, fatalmente é solto, caindo no mar.
- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOO! – Grita Granizo, aos prantos, enquanto contempla o mar, tentando encontrar, de longe, o corpo do garoto.
- Meu Deus... – Diz Vigilante, ao ver aquela cena.
Granizo se levanta e, tentando SAR seu poder, ainda muito fraco, tenta se jogar ao mar, mas logo é seguro pelo seu colega.
- Não, Bruno, você não vai!
- Eu tenho que ir, Rogério, é tudo culpa minha! – Diz o rapaz, desesperado.
- Não é culpa sua! Você não podia fazer nada! – Diz o homem, dando um tapa em seu colega. – Escuta, nós vamos encontrá-lo... Eu tenho certeza disso.
- Não, não, não... Ele era como um irmão pra mim... Um irmão... – Diz o jovem, entre os soluços de seu choro.
Com todos os heróis reabilitados, a busca começa, em vão. O corpo do garoto nunca foi encontrado.


espero que eu consiga terminar isso um dia ehauheuaheua

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Prelúdio para a Invasão:

Prelúdio para Invasão:

“Guerra. Essa palavra circula em minha família há gerações. De onde eu venho escapar da guerra é algo improvável, ao menos que você seja um renegado. É isso que eu passo para meus filhos, para todos os três. Aqui, guerrear é uma arte tão antiga quanto cultuar algum Deus. Somos um povo que preza as lutas sangrentas, que dominam os povos derrotados, que colonizam todos que acham de bom proveito. Por mais que eu não goste de guerras, preciso continuar com elas para manter o nome de minha linhagem intacta.”

“Meu nome é Hamsink Kovarius, imperador do planeta Kovar.”

Sistema espacial Ka-nor, perímetro 3.54:

Várias naves de enfrentam no céu do planeta Tamars. Uma delas, gigantesca, pertence ao império kovariano. Dentro da tal nave, dois homens conversam.

- Capitão Nassyr, suas tropas parecem estar bastante encrencadas lá embaixo. Já é hora de chamarmos a Força Real para deter esses rebeldes.

- Não senhor, general! Meus soldados são perfeitamente capazes de liquidar essa pequena rebelião.

- Você chama essa revolta de pequena? Um contingente de 1500 kovarianos não consegue vencer uma tribo totalmente sem tecnologia. Vocês são uma negação.

Darius olha para o rosto do general e, cerrando os punhos, se vira e anda em direção a um soldado.

- Me escute bem, soldado, espero que seus companheiros destruam esse povo primitivo, antes que eu fique muito nervoso.

O general chega perto de Darius, colocando a mão em seu ombro e soltando um sorriso irônico. O capitão cerra os punhos mais uma vez e fecha o rosto. Os dois andam em direções distintas e, de repente, o general recebe uma ligação.

- General Turvan, quero um relatório da guerrilha em Tamars. Aliás, espero que estejamos vencendo, senão teremos que realizar certas... “dispensas”.

- Sim senhor, príncipe Zakhim.

Turvan olha para fora da nave e vê várias outras cercando a principal. Ele abaixa sua cabeça e, após puxar um pouco de ar para seus pulmões, grita:

- Capitão Nassyr, mande o resto de seu contingente ao solo Tamarsiano! Espero que vençam essa guerra, ou eu mesmo providenciarei suas mortes, seus bastardos!

Em outro canto da nave, Darius, sentado em um dos dormitórios, olha para a foto de uma mulher kovariana. Ele beija a foto e, logo em seguida, a coloca em seu bolso, secando as lágrimas que desciam de seu semblante. Em seguida, o homem sai pela porta, desolado...

“Eu sempre me questionava qual a finalidade para uma guerra. Disputa por poder? Supremacia étnica? Briga por terras? No entanto, nunca descobri a resposta. Até que, ao me alistar na tropa kovariana perdi o interesse sobre esses assuntos. Meu único objetivo desde então era a guerra. Mostrar que sou mais poderoso que todos. Ser notado por todos como uma força demolidora. Pouco a pouco, fui subindo os degraus da fama, até me tornar o líder do maior grupo militar de Kovar: A Força Real. Nada pode me parar, nada fará eu me desviar de meu verdadeiro caminho: A vitória!”

“Eu sou Darius Nassyr, líder das tropas kovarianas.”

Darius, ainda um pouco abalado devido às lembranças de seu passado, chega ao salão principal da nave e diz à plenos pulmões:

- Hoje é o dia em que acabaremos com esse conflito e incorporaremos mais um planeta ao nosso império! – Ao ver o general Turvan se aproximar, Darius o segura pelo braço. – General, posso falar com o senhor?

- Tire suas mãos de mim, seu bastardo. – Diz Turvan, com uma voz enraivecida.

Então o capitão retira uma arma de seu bolso e atira contra a barriga de Turvan, que cai no chão, causando um espanto em todos os soldados ali presentes. Darius chuta o corpo do general e, ainda com a arma empunhada, atira no rosto de seu superior.

- Adeus, meu general. Dê um abraço em meu irmão por mim... – O capitão rapidamente vira-se para seus subordinados e diz: - Como vocês podem ver, o general está morto. Isso significa que quem dá as ordens aqui sou eu. E a primeira é: joguem-no ao planeta Tamars...

Nova Capital, Centro:

“A minha vida toda eu passei lutando por um bem maior que nem mesmo eu acreditava. Tudo para provar ao meu pai que era digno. Tudo pra mostrar que eu era o filho que ele sempre sonhou em ter. Mas, mesmo me empenhando ao máximo, ele sempre olhava praqueles bebês. Um dia eu resolvi que não mais seria capacho do meu pai. Resolvi me aliar aos verdadeiros vencedores, os melhores. Me tornei um assassino e fui mandado ao passado pra assassinar meu próprio irmão. Eu sou um monstro, mas esse caminho não tem mais volta.”

“Meu nome é Erick Oliveira e eu sou um traidor...”

No alto de um dos prédios da cidade, três homens encapuzados, segurando uma criança, esperam por alguém. O homem mais a frente, aparentemente o líder, retira seu capuz. Seu rosto, com uma cicatriz em seu olho esquerdo, aparenta ansiedade.

- E então mestre, quando o tal moleque vai chegar?

- Não se preocupe Nazhik, ele vai chegar rápido. Se não chegar, a menina morre. – O rapaz esfrega suas mãos lentamente, em um gesto de ansiedade.

- Está ansioso, senhor?

- Não é óbvio, Gardin?

Neste momento, uma figura aparece ao longe, voando em direção aos três.

- Senhor... Finalmente ele chegou.

- Ótimo! – Diz o rapaz, enquanto recoloca seu capuz. – Vamos começar a reunião...

Neste momento Estelar chega ao local onde estavam os três sujeitos.

- Larguem a criança. – Diz o rapaz com um tom autoritário.

O homem à frente dos demais pega a criança e a joga de cima do prédio. Estelar, rapidamente, voa em direção à criança, agarrando-a antes desta cair no chão. O herói a coloca no chão e volta ao local onde os três estavam. Ao chegar ao alto, nota que os outros dois sujeitos haviam sumido do local.

- Onde estão os outros dois? – Pergunta Estelar, tentando forçar a mente do adversário.

- Seus truques telepáticos não funcionarão comigo, Deivid. Mas se você quer mesmo saber... Eles não são sua prioridade agora.

- Como sabe o meu nome? – Pergunta o rapaz, olhando fixamente para dentro do capuz do inimigo, tentando encontrar seu rosto.

- Isso não é importante agora. – Diz o homem, se virando para um dos prédios ao lado. E, apontando para este, diz: - Aquilo é...

BOOOM!

Uma grande explosão é ouvida. As pessoas, assustadas, começam a correr, gerando um grande tumulto no centro da cidade. O herói psíquico tenta voar para ajudar os civis, mas é seguro pelo sujeito encapuzado.

- Me solta!

- Você não vai a lugar nenhum, Deivid. Você tem que ver as pessoas sofrer, igual a mim. Você tem que passar por tudo que eu passei.

- Afinal, do que você ta falando?

- Eu estou falando de nós, pequeno Dave. Eu protegi você, sua irmã, seus pais. Eu protegi todo mundo. E o que eu ganhei? Fui jogado aos leões.

- Qual é a sua afinal?

- Qual a minha? – Diz o homem, ironicamente, enquanto retira seu capuz e manto. – Eu sou seu irmão, pequeno Deivid...

Enquanto isso, nas ruas da cidade, a população, em ritmo desenfreado, corre nas mais diversas direções. Há poucos instantes uma bomba havia explodido em um dos prédios locais. Ali perto, um dos sujeitos encapuzados observa toda a confusão que havia se formado.

- Hahahahahaha! Como esse povo é arcaico. Nem conseguem sair de uma situação de perigo de forma civilizada. – Neste momento o sujeito olha para o outro lado e nota a presença de alguns heróis. – Ora, ora, finalmente chegaram. A diversão vai começar.

- Arac, quero você e Violeta nos prédios. Explosão, você toma conta das ruas. Cadê o Inquisidor?

- Opa, perae, num sabe? – Pergunta Aracnídeo. – Ele num sai de dia, cara.

- Viadagem da porra também, hein... – Diz Caveira, empunhando suas armas. – Muito bem, aos seus postos!

Neste momento, os heróis se separam. Caveira corre em direção ao prédio onde estava a bomba. Aracnídeo e Violeta ficam um em cada prédio, esperando as ordens do herói Cadavérico. Enquanto isso, Explosão, da rua, é surpreendido por um dos sujeitos encapuzados que encarava Estelar.

- Então você é um dos patéticos heróis que protegem essa cidade... Interessante.

- Quem é você, seu filho da puta?

- Meu nome é Nazhik. Mas o povo do planeta que eu destruí me chama de... O Destruidor! – Neste momento, os braços de Nazhik começam a aumentar de tamanho rapidamente.

Com um golpe, o vilão estraçalha o chão onde está deixando apenas uma grande cratera. Explosão é jogado longe. Do alto de um dos prédios, Violeta contata Caveira.

- Explosão foi abatido, Caveira. O que fazemos agora?

- O que você acha que eu posso fazer? To meio ocupado agora... – Diz Caveira, ao se deparar com o outro sujeito encapuzado.

- Então você é o tal Caveira. Meu nome é Gardin. – Neste momento, uma poderosa corrente de ar envolve o corpo do inimigo. – Adeus, heroizinho.

Gardin eleva seus braços para frente, jogando uma corrente de ar fortíssima em direção à Caveira, que não consegue se esquivar. O vento o joga à metros de onde o inimigo estava. Gardin, ainda envolto pela forte ventania, voa em direção ao oponente, mas logo é atacado por outro membro do time de Caveira.

- Aí seu trouxa, tu ta fudido agora. – Diz Aracnídeo, pulando em cima do inimigo.

Entretanto, o rapaz é logo rechaçado pelos fortes ventos causados por Gardin.

- Vocês são ridículos achando que podem me vencer assim.

Neste momento, uma forte rajada energética atinge o inimigo.

- Atenção Legionários, ataque coordenado número 76. – Diz Enerjoule, líder do grupo. – Trilha, você e Polaridade controlem a multidão. Estrela Diurna, Supremo e eu o enfrentamos. – Ao se aproximar um pouco mais, Enerjoule contata o último membro da equipe. – Flor do Luar, está na escuta?

- Na escuta, Enerjoule.

- Ótimo. Me dê as coordenadas do local mais apropriado para um ataque. Vamos unir nossos golpes e atacar em um único ponto.

- Certo, espere apenas um momento.

- Seja rápida, por favor.

Perto de onde está Enerjoule, Estrela Diurna e Supremo esperam por instruções vindas de seu líder.

- Vamos lá, só me dê a ordem. – Diz Supremo preocupado. Neste momento, percebendo que Estrela Diurna estava dispersa, o herói pergunta: - Ei Diurna, o que houve?

A garota, porém, não dá a mínima atenção ao rapaz, e voa em direção ao ponto contrário de onde Enerjoule estava. Neste momento Supremo olha mais fixamente para o local.

- Ah, que ótimo. – Diz o rapaz, ao ver Estelar e outro sujeito se digladiando. – Enerjoule, temos problemas.

- É... Eu também tenho um problemão.

- Isso é sério, Estelar está em perigo e Estrela Diurna foi tentar ajudá-lo.

- E isso não é bom? – Diz o rapaz, em um tom irônico.

- Pelo que eu to vendo, esse cara é muito poderoso.

- Não podemos fazer nada. Temos que acabar com esse aqui primeiro.

Neste instante, nas ruas da cidade, Nazhik anda lentamente em direção à Explosão, caído.

- Você não é de nada, hein...

Finalmente o inimigo chega perto do herói, o pegando com seus braços gigantescos. No entanto, o herói explosivo joga algumas esferas no abdômen do inimigo, que logo explodem. O vilão solta seu oponente que, aproveitando de sua vantagem, retira uma corrente de sua cintura. Logo o herói a energiza, lançando-a em direção ao pescoço do inimigo. A corrente, feita de um material especial, se envolve no pescoço do sujeito. No entanto, mesmo energizada, esta não surte nenhum efeito.

- Que merda. Agora eu to fudido. – Diz Explosão, com um sorriso sem graça estampado em seu rosto.

No entanto, no momento em que o inimigo esmagaria seu adversário com suas mãos, este é parado por uma grande barreira de luz dourada.

- Desculpe interromper, mas me concederia a honra dessa dança? – Diz Luminos, em tom de brincadeira.

O rapaz de poderes dourados atira uma poderosa rajada luminosa no inimigo, que é cegado por um tempo. Tempo suficiente para que Luminos o envolvesse com uma grande esfera de luz. Nazhik tenta golpeá-la, mas é em vão.

Enquanto isso, no topo de um dos prédios, Estelar e seu suposto irmão continuam sua batalha. Estelar é pego pelo pescoço por seu inimigo e jogado em direção ao prédio. No entanto, antes que pudesse se chocar com o edifício usa sua telecinese, parando em pleno ar.

- E então, irmãozinho, pronto pra se render agora? – Diz o vilão, planando à frente de Estelar.

- Eu não tenho irmão! – Impulsivamente, o rapaz voa em direção ao inimigo, tentando atingi-lo, mas este se esquiva e, logo depois o segura pela capa.

- Sabe... Um herói que usa capa é até bonitinho. Mas numa luta de verdade é uma tremenda desvantagem. – Neste momento, o sujeito puxa o herói pela capa e, logo em seguida, o golpeia fortemente na barriga.

No entanto, no momento em que o vilão daria o golpe final, é interrompido por uma rajada energética.

- Estelar você está bem? – Estrela Diurna chega ao local.

- Ora, ora, se não é minha querida irmãzinha. – Diz o vilão, com um tom irônico.

- Erick? – Confusa e um pouco assustada, a jovem começa a flutuar para trás, como uma manobra de defesa inconsciente.

- Não vai dar boas vindas ao seu irmão que há tanto tempo não vê?

- Você conhece ele Diurna? – Pergunta o rapaz, ainda atordoado com os golpes que recebera.

- Ele é... Nosso irmão...

Neste momento, Enerjoule, dentro do jato dos Legionários, coordena a estratégia ofensiva da equipe. Supremo, na outra ponta, apenas encara Gardin, que rechaça todo e qualquer ataque usando seu turbilhão de vento.

- Supremo, fique de olho, vou pousar o jato e me colocarei em uma posição estratégica pra atacar.

- OK. – Neste momento, o rapaz olha para frente, frisando atrás de Gardin. – Ah, que merda, você não vai fazer isso...

Neste instante, Polaridade, controlando uma viga metálica com seu poder, a joga contra Gardin, em vão, pois esta é rechaçada. Entretanto, o vilão controla a força dos ventos e joga a viga contra a heroína. Polaridade tenta usar seu poder de magnetismo, mas é em vão. A viga, vindo direto em sua direção, parecia anunciar o fim da heroína, no entanto, uma barreira de energia de cor esverdeada protege a garota do choque.

- Você ficou maluca? Atacar esse cara desse jeito? E todo o treinamento que tivemos!? – Esbraveja Supremo.

- Foi mal, eu... Pensei que tivesse tudo sob controle.

- Sabe qual o problema? Você não pensou, é isso.

No entanto, enquanto os dois discutem, Gardin voa, lentamente, em direção a estes. O inimigo estende seus braços e uma poderosa corrente de ar começa a se formar. No momento em que o vilão usaria seus poderes contra os dois heróis, uma poderosa rajada energética é disparada contra suas costas, fazendo-o se virar rapidamente.

- Quem foi o infeliz que fez isso comigo? – Diz Gardin, irritado.

Neste momento, o vilão olha para o prédio ao lado e, furioso, voa naquela direção. Enerjoule, que havia disparado contra ele, o espera apreensivo. Gardin, então, dispara uma grande rajada eólica na direção do herói, mas este é salvo por Supremo.

- Valeu.

- Disponha.

- Você percebeu? Temos uma chance de acabar com esse aí.

- É. A barreira de vento dele num é impenetrável. Rajadas de energia funcionam contra ele.

- Isso. Só temos que criar uma distração e atacá-los por trás.

Mais abaixo, nas ruas, Explosão e Luminos têm problemas para enfrentar Nazhik. O inimigo, com suas mãos gigantescas, soca o asfalto, fazendo com que um terremoto derrube os heróis no chão.

- Mas que porra, esse cara num cai não?

- Porra é uma palavra muito feia. Melhor falar ejaculação.

Neste instante, enquanto os dois têm uma leve discussão, Nazhik se aproxima, mas é interrompido por Aracnídeo, que chuta a cabeça do inimigo.

- Porra, vocês vão ficar de putaria aí ou vão acabar com esse candango?

- Hahahahaha! Eu admiro a fé que vocês têm de achar que podem me vencer. Mas nem toda fé do mundo vai fazer vocês terem sucesso aqui.

- Neste instante, Nazhik levanta suas mãos e, rapidamente, as junta no alto. No entanto, quando o homem daria seu derradeiro golpe, um tiro atinge seu pé direito. Era Violeta que, de cima de um dos prédios, atinge o inimigo, com um tiro certeiro. Nazhik, com muita dor, se contorce no chão, dizendo:

- Seus malditos, eu vou acabar com vocês...

- Ah, cara, já cansei desse trolha. – Diz Luminos, fazendo um gesto de mãos. – Agora ele vai sentir meu golpe especial.

- Neste momento, o rapaz concentra uma grande rajada de energia luminosa em suas mãos.

- KAMEHAME-HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Uma poderosa rajada de energia luminosa sai de suas mãos em direção a Nazhik, varrendo tudo que encontra pela frente. Cansado, Luminos desaba, enquanto Explosão diz.

- Que merda foi essa que você falou, moleque?

Nos céus da cidade mais precisamente na batalha contra Gardin, Polaridade chama a atenção do inimigo, enquanto Supremo e Enerjoule esperam um melhor ângulo para o ataque.

- Flor do Luar, ache um ângulo melhor para atacarmos o inimigo!

- Ok, pode deixar. – Flor do Luar, direto do QG dos Legionários, analisa uma melhor posição para efetuar o ataque. – Achei! Mirem na nuca dele. Mais precisamente a 2,5 centímetros de sua orelha direita.

- Minha direita ou sua direita?

- Tá brincando, né?

- É lógico que eu to.

Neste momento, Gardin, aproximando cada vez mais das evasivas de Polaridade, começa a concentrar uma grande quantidade de ar em seus punhos. Quando o vilão jogaria a rajada eólica em sua adversária, o homem percebe que Supremo e Enerjoule o atacariam. Neste instante, o vilão vira-se e se prepara para atacá-los.

- Você não vai! – Diz Polaridade, se jogando contra o inimigo.

A “parede” de ar que o contorna impede que a heroína se aproxime mais, a rechaçando para longe.

Acalme-se, você será a próxima. – Diz o inimigo, sorrindo, virando-se para a jovem.

- Agora, Supremo! – Grita Enerjoule, com um tom autoritário.

Os dois lançam suas rajadas de energia que, perfeitamente, atingem a nuca de Gardin, perfurando-a. A corrente de ar que o cercava se desfaz pouco a pouco. Seu corpo, bastante pesado, cai rapidamente no chão, causando um grande estrondo.

- Conseguimos!

- É...

Enquanto isso, Estelar, ainda confuso, não entende a declaração da irmã.

- Você disse mesmo que ele é meu irmão?

- É... Ele é NOSSO irmão.

- Por que você nunca me disse isso antes?

- Eu vou dizer o porquê. Ela nunca disse isso à você porque ela tinha medo de você também se virar contra eles. Contra nossos pais. Contra os ideais ridículos dele. Sabe por que ele te mandou pro passado? Não foi pra salvar nosso futuro. Foi pra manter... Como posso dizer isso... Nossa “linhagem” intacta. No futuro você acabaria sendo morto ou utilizado como fantoche pelos kovarianos, não é mesmo irmãzinha? – Diz o rapaz, com um tom sarcástico, enquanto a jovem olha para baixo, em um gesto de constrangimento. – Aliás, pequeno Dave, sabe por que ele mandou nossa querida irmãzinha pra cá? Pra dar cabo da minha vida. Ele tinha medo de eu contar toda a verdade pras você. Do quão porco e canalha ele é. Mas pelo visto não adiantou. O nosso pai... O pai de vocês é um tremendo filho da p...

Antes que pudesse terminar a frase, Estrela Diurna, com sua mão direita, pega seu irmão pela cabeça e a bate com força na parede do prédio.

- Lave bem sua boca pra falar do nosso pai! – Diz a garota, com uma voz furiosa.

Erick se recompõe e ataca sua irmã. Os dois começam uma batalha ferrenha, enquanto Estelar continua parado, tentando entender o que acontecia. Estrela Diurna, usando seus poderes, tenta lançar uma rajada energética contra seu irmão, as este se esquiva e, logo depois, acerta um soco no abdômen da jovem. Mari, alter-ego de Estrela Diurna, tenta acertar alguns golpes em Erick, em vão. O rapaz, que parecia ter tudo sob controle, está pronto para dar o último golpe na heroína. No entanto, uma bala acerta seu braço esquerdo. O rapaz olha para traz, e vê um sujeito, de uniforme negro e máscara cadavérica, parado o enfrentando.

- Então você é o famoso Caveira. Prazer em conhecê-lo. Sou muito fã dos seus métodos.

- Aí, seu playboyzinho filho da puta, acho melhor largar essa garota, antes que eu encha seus córnos de chumbo.

- Bastante ameaçador. Exatamente como me contaram. Mas esse assunto é de família então, se não se importa, me dê licença.

Neste momento, Caveira, com um salto magnífico, pula para o prédio onde os outros estavam ficando frente a frente com Erick.

- Se o seu problema é de família, resolva com a Cristina Rocha. Mas essa cidade já sofreu demais com vocês e seus capangas.

Caveira aponta sua arma para o vilão que, rapidamente a segura. O herói cadavérico atira, mas o projétil não faz o efeito esperado.

- É só isso que tem? Gostava mais quando você era só uma história. – Erick segura o oponente pelo braço, lançando-o para fora do prédio.

Neste instante, enquanto Caveira caía, é salvo por Supremo, que também levava Enerjoule e Polaridade.

- O que ta pegando entre eles?

- Parece que os três são irmãos. E o Estelar ta parecendo um babacão lá, deixando a irmã se fuder sozinha.

- Legal, vamos ajudá-los.

- Não! Isso é uma coisa que eles têm que resolver entre si.

Erick, agora com caminho livre, anda lentamente em direção à Estrela Diurna.

- Seu maldito... Eu ainda vou acabar com você...

- Hahahahaha, você não entende, Mari? Eu venci. Tirei a principal peça do tabuleiro do jogo. Ele está confuso, desmotivado, sem nenhuma esperança agora. Você sem ele não é nada. Banca a forte, protetora, mas não passa de uma menininha assustada, querendo o colo do irmãozinho a cada situação de perigo que aparece. – Erick fecha seu punho e, com bastante raiva, tenta um golpe. – Morra bastarda!

Neste momento, uma barreira invisível impede que Erick ataque sua irmã.

- Erick, vou lhe dizer uma coisa. Se eu não soubesse exatamente o que você queria fazer, eu estaria fraco, confuso e totalmente sem esperanças, mas eu sabia desde o início que a escolha que eu fiz era a certa. Meu pai me mandou aqui porque acreditava em mim, e não por motivos mesquinhos. Eu sei disso, deu pra ver pelo seu tom de voz.

- Você é um idiota, Deivid. Tá sendo usado pelo seu próprio pai, mas é cego o suficiente pra não perceber isso. Seu destino tem que ser o mesmo da sua irmã... A morte.

Erick corre em direção ao irmão, a fim de lhe aplicar um golpe, enquanto Estelar permanece parado, esperando por este. No entanto, quando o rapaz seria golpeado, uma corda dourada envolve o punho do inimigo. Os Cavaleiros Urbanos, Legionários e Luminos chegam ao local.

- Tá vendo o porquê de NE eu nunca perder as esperanças, Erick? Eu tenho companheiros que confiam em mim, e isso já basta pra eu continuar na luta.

Neste momento, Erick aciona um dispositivo que faz o primeiro andar do prédio em que estes estão explodir, deixando os heróis que ali estavam um pouco confusos. Aproveitando-se desse momento, o vilão pula do prédio e, quando está quase chegando ao chão, se pendura em um mastro e cai, sem maiores problemas. Neste momento, o rapaz se encontra com Nazhik, bastante ferido.

- Onde está Gardin?

- Foi morto por esses heróis de merda.

- A situação ficou complicada, vamos bater em retirada agora.

Erick aciona outro dispositivo, que faz criar um portal, por onde os dois passam, desaparecendo logo em seguida.

- Pra onde eles foram? – Pergunta Luminos, se virando para Estelar.

- Não sei, mas acho que isso ainda não acabou.

Alguns dias depois, QG dos Legionários:

O grupo, depois de alguns dias de descanso, devido à luta contra Erick, irmão de Estelar e Estrela Diurna, se reúne novamente. Enerjoule, líder do grupo, começa a fazer seu discurso de abertura da reunião, mas logo é interrompido por Trilha.

- Ué, onde é que ta o Estelar?

- Bom, no meu bolso é que num ta. – Diz Enerjoule, ironicamente, mas um pouco irritado com a ausência do companheiro.

Neste momento, ao ser pronunciado o nome do herói psíquico, o telão liga automaticamente, revelando o rosto do rapaz. Logo, este faz um pronunciamento.

- Vocês devem estar se perguntando o porquê de eu não estar nessa reunião. Bom, devido à luta contra meu recém-descoberto irmão, eu não me sinto à vontade de partilhar minhas angústias com vocês. Sabem... as coisas que eu ouvi dele, confesso, mexeram um pouco comigo naquele dia... E ainda mexem. Não sei se estou em condições psicológicas de estar em uma equipe do porte de vocês. Então, a partir de hoje, estou me desligando temporariamente dos Legionários.

Os heróis que ali estavam, sem saber o que fazer, permanecem calados, enquanto Estrela Diurna, com lágrimas em seus olhos, sai da sala.

Setor espacial Kovariano:

O recém promovido General Darius Nassyr, após sair de uma conferência com o príncipe Zakhim, é comunicado de que alguém quer vê-lo imediatamente. O líder das tropas kovarianas chega ao local onde seus convidados indesejados estavam e, ao se deparar com eles, diz:

- O que querem aqui?

- Isso é jeito de tratar seus ilustres contribuintes?

- Vocês me disseram que trariam a cabeça desse suposto herdeiro do trono de Kovar e até agora nada.

- Acalme-se, senhor Nassyr. As coisas ficaram um pouco complicadas para nós apenas. Mas um exército kovariano arrasaria aquele planeta em um piscar de olhos.

- A Terra não me interesse. Nada lá possui valor pra mim.

- Lá existem recursos naturais inimagináveis em Kovar. Isso eu posso lhe garantir. Vamos lá, Darius, uma pequena invasão acabaria com aquele planeta, com o rapazinho kovariano e traria muitos recursos naturais para o império, e todos saem felizes.

Darius vira-se e, com um comunicador em seu ouvido, diz:

- Mudem o curso para o sistema 336. Nosso alvo é a Terra...

...continua em Invasão Kovariana: Estelar 1 e Invasão Kovariana 1...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Estelar Origens: Final

Estelar – origens

Parte Final:

SENTADO NO SOFÁ DE SUA CASA, DEIVID OLHA ATENTAMENTE A TELEVISÃO, QUE EXIBIA O JOGO DE SEU TIME DO CORAÇÃO. NO ENTANTO, AO FIM DO PRIMEIRO TEMPO, A TRANSMISSÃO É INTERROMPIDA PARA UM BOLETIM DE URGÊNCIA.
“NESTE MOMENTO, MAIS UM PERIGOSO CONTRABANDISTA É ENCONTRADO MORTO. O CORPO SE ENCONTRAVA EM UMA VELHA LOJA DE FERRAGENS. NO ENTANTO, AO CONTRÁRIO DOS OUTROS CASOS, DESSA VEZ O SUSPEITO DEIXOU UMA PISTA. UMA PLACA PENDURADA NO PESCOÇO DA VÍTIMA COM OS DIZERES “BEM-VINDOS AO JOGO DE SOTURNO”. MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O CASO EM BREVE.”
“SOTURNO... ESSE ERA O NOME DO PSICOPATA QUE ESTAVA TRANSFORMANDO MINHA CIDADE NUM VERDADEIRO CIRCO DOS HORRORES. MAS COMO UM VILÃO QUE NINGUÉM NUNCA HAVIA OUVIDO FALAR APARECE ASSIM E DESTRÓI TODA UMA MEGA OPERAÇÃO MAFIOSA. ISSO EM POUCOS DIAS. COMO UM CARA DESSES CONHECE OS ESCONDERIJOS DE CADA CRIMINOSO DA CIDADE? ISSO ERA UMA COISA QUE EU PRECISAVA DESCOBRIR, O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL.”
DEIVID CAMINHA PELO CORREDOR DE CASA, INDO EM DIREÇÃO AO SEU QUARTO. NO ENTANTO, O RAPAZ É PARADO POR SEU PAI, BASTANTE AFLITO.
- PRECISO FALAR COM VOCÊ, MEU FILHO. URGENTE!
- PAI, EU TÔ SAINDO, ISSO NÃO PODE FICAR PRA DEPOIS NÃO?
RICARDO OLHA PARA SEU FILHO COM UM ROSTO TRANSMITINDO PROFUNDA PREOCUPAÇÃO. DEIVID, AO SENTIR QUE ERA UMA COISA SÉRIA, RESOLVE ACATAR O PEDIDO DO PAI. OS DOIS VOLTAM PARA A SALA E SE SENTAM. O SILÊNCIO CORTA A SALA E, QUANDO DEIVID ESTÁ PRESTES A LEVANTAR, SEU PAI COMEÇA A DISCURSAR.
- FILHO, SE LEMBRA DA HISTÓRIA QUE EU TE CONTEI? DE COMO VOCÊ FOI ADOTADO?
- LEMBRO SIM, PAI, POR QUÊ?
- BOM... AQUELA HISTÓRIA... ELA NÃO É VERDADEIRA... – DIZ O HOMEM, COM UMA VOZ TRÊMULA. – AGORA SIM EU VOU TE CONTAR A VERDADEIRA HISTÓRIA DA SUA ADOÇÃO.
“ELE SEMPRE FOI UM BOM PAI. DESDE QUE EU TINHA 8 ANOS SABIA QUE NÃO ERA MEU PAI BIOLÓGICO, MAS E DAÍ? PAI É QUEM CRIA E NÃO SÓ UMA FILEIRA DE DNA. SÉRIO, SE EU CONHECESSE MEU PAI AGORA, SERIA INDIFERENTE. MAS ALGUMA COISA ME DIZIA QUE MINHA ADOÇÃO FOI, NO MÍNIMO, PECULIAR...”
- BOM, FOI NA ÉPOCA EM QUE EU VOLTAVA PRA MINHA CASA, EM COSTA VERDE. EM UMA ESTRADA, NA DIVISA DO ESTADO, EU VINHA TRANQUILO COM MEU CARRO, ATÉ QUE ME DEPAREI COM UM ACIDENTE. UNS TRÊS CARROS, MAIS UMA MOTO, UM ATRÁS DO OUTRO, NO MESMO LADO DA ESTRADA.
- PAI, O SENHOR PODE, POR FAVOR, ENCURTAR ESSA HISTÓRIA? EU TENHO QUE INVESTIGAR ESSA HISTÓRIA DAS MORTES...
- ISSO É IMPORTANTE, FILHO. BOM, QUANDO VI O QUE ESTAVA ACONTECENDO, PAREI MEU CARRO E ANDEI ATÉ O LOCAL. DEI UMA VASCULHADA RÁPIDA AO REDOR DOS CARROS E NÃO ENCONTREI NADA ANORMAL, ATÉ QUE EU OUVI UM CHORO DE CRIANÇA. UM BEBÊ, MAIS PRECISAMENTE. FOI AÍ QUE EU VI VOCÊ. ESTAVA EM UMA ESPÉCIE DE... OVO METÁLICO DE DIFÍCIL DESCRIÇÃO.
- PERAÍ, VOCÊ VAI ME DIZER QUE ME ENCONTROU EM UMA NAVE ESPACIAL? ESSA HISTÓRIA EU JÁ CONHEÇO, PAI.
- FILHO, ISSO NÃO É BRINCADEIRA. – O HOME TIRA DO BOLSO DE SUA CAMISA, UMA ESPÉCIE DE CD, NO ENTANTO, MENOR QUE UM ORIGINAL.
- O QUE É ISSO?
- NÃO SEI, NUNCA CONSEGUI ABRIR. ESTAVA JUNTO À VOCÊ QUANDO O ENCONTREI. BOM, QUANDO EU TE ENCONTREI, LEVEI PRA CASA E COMECEI A CUIDAR DE VOCÊ. MINHA INTENÇÃO ERA TE LEVAR PARA UM CENTRO DE ADOÇÃO, MAS ACABEI ME AFEIÇOANDO. ENTÃO FIZ UMAS LIGAÇÕES E CONSEGUI SUA ADOÇÃO. NA VERDADE, PENSEI QUE ESSE DIA NUNCA CHEGARIA.
NESSE MOMENTO, DEIVID SE LEVANTA. LOGO DEPOIS, RICARDO FAZ O MESMO, ENTREGANDO O TAL CD EM SUAS MÃOS. DEIVID FECHA SUAS MÃOS E, DE REPENTE, UM ESTRANHO BRILHO TOMA CONTA DA SALA. ALGUNS SEGUNDOS DEPOIS, A IMAGEM DE UM HOMEM, CABELOS LONGOS E CASTANHOS, ARMADURA AZULADA E FERIMENTO NO OLHO, APARECE DIANTE DOS DOIS.
“AQUELA IMAGEM... EU SENTIA ALGUMA COISA FAMILIAR NELA, NÃO SEI O QUE, MAS ERA ALGO QUE... ME CONFORTAVA, SABE? EU NÃO TENHO CERTEZA, MAS ERA MAIS DO QUE EU PODIA EXPLICAR NAQUELE MOMENTO.”
- OLÁ, FILHO. – DIZ O HOMEM, NO HOLOGRAMA. – VOCÊ NÃO DEVE SE LEMBRAR, MAS ESTOU AQUI PARA ESCLARECER SUAS DÚVIDAS. CREIO QUE ESTEJA CHEIO DELAS. VOCÊ DEVE SABER QUE NÃO É DESTE LUGAR. NA VERDADE, VOCÊ NÃO É NEM DESTE TEMPO. VOCÊ FOI MANDADO PARA O PASSADO, ATRAVÉS DE UMA MÁQUINA DO TEMPO, UM PROJETO EXPERIMENTAL, AFIM DE ACABAR COM UM MAL QUE SURGIRÁ DAQUI HÁ UM TEMPO.
“QUANTO MAIS AQUELE HOMEM FALAVA, MAIS EU FICAVA CONFUSO, NO ENTANTO, PARECIA QUE, AQUI DENTRO, EU ACREDITAVA EM TUDO QUE ELE DIZIA. MAS PARECIA QUE ELE NÃO FALAVA COISA COM COISA. FALOU SOBRE UMA INVASÃO ALIENÍGENA QUE ACABARIA COM O NOSSO PLANETA. FALOU SOBRE MEU AVÔ, E SOBRE ELE SER O MAIOR TELEPATA QUE O MUNDO JÁ VIU. MAS AGORA ISSO NÃO ME INTERESSAVA. APENAS SOTURNO ESTAVA NA MINHA CABEÇA.”
ALGUNS QUILÔMETROS DALI:
UM HOMEM, DE ANDAR APRESSADO, SE DIRIGE À UMA CASA ABANDONADA. DENTRO DESTA, UMA ESCADA, POR ONDE O SUJEITO DESCE. AO CHEGAR LÁ EMBAIXO, ESTE DÁ CINCO BATIDAS NA PORTA, AUMENTANDO A FORÇA DA BATIDA A CADA REALIZADA. PORTA SE ABRE. UM HOMEM, SENTADO EM UMA CADEIRA, CERCADO POR VÁRIOS OUTROS ARMADOS, LEVANTA-SE, DIZENDO:
- TROUXE MEU PEDIDO?
- S-S-SIM, SENHOR! – DIZ O SUJEITO, APAVORADO.
- ÓTIMO. AGORA MATEM-NO.
UMA SARAIVADA DE TIROS É REALIZADA, ACABANDO COM A VIDA DO POBRE INFELIZ.
- VEJO QUE AINDA TEM PRÁTICA COM ESSA ARMA, MESMO DEPOIS DE TER VIRADO MULHERZINHA NA PRISÃO, SENHOR MANCHA. – NESTE MOMENTO, SOTURNO SURGE, COMO POR ENCANTO, NA FRENTE DOS BANDIDOS.
- MATEM ELE, AGORA!
NO ENTANTO, ANTES DE SACARAM SUAS ARMAS, ALGUNS DOS BANDIDOS SÃO PEGOS DE SURPRESA POR UMA MULHER, DE PELE AZUL, QUE SE TELEPORTAVA EM FRENTE A ESTES. COM AS MÃOS NUAS, A MULHER CONSEGUE QUEBRAR O PESCOÇO DE UM DOS VILÕES APENAS COM UM SOCO, ENQUANTO DESTRÓI O JOELHO DE OUTRO COM A PLANTA DE SEU PÉ.
- VAGABUNDA! – GRITA O TERCEIRO, SACANDO SUA ARMA, RAPIDAMENTE.
NO ENTANTO, ESTE É ELETROCUTADO, CAINDO, INERTE, NO CHÃO. OUTROS DOIS BANDIDOS TÊM O MESMO FIM. NO ENTANTO, RESTAVA MAIS UM, QUE CONSEGUIU FUGIR DOS ATAQUES DOS DOIS META-HUMANOS E SE PREPARAVA PARA ATIRAR EM UM DESTES. ENTRETANDO, UMA ADAGA PERFURA SEU PESCOÇO. APÓS SER RETIRADA, O HOMEM DESABA AO CHÃO.
- TOME MAIS CUIDADO DA PRÓXIMA VEZ, ELETRO. – DIZ UMA MULHER, DE TRAJES E MÁSCARA NEGRA.
- VALEU LÓTUS, TE DEVO ESSA.
- MUTO BOM, CRIANÇAS, VAMOS EMBORA. – DIZ SOTURNO, ENQUANTO ARRANCA UMA FACA DO PESCOÇO DO LÍDER DAQUELES BANDIDOS. LOGO EM SEGUIDA, O HOMEM JOGA UM CARTÃO NEGRO, EM MEIO AO SANGUE ESPALHADO PELO LOCAL.
DIA SEGUINTE. CENA DO CRIME:
“MAIS UM ESCONDERIJO VIOLADO. MAIS UMA VEZ O TAL SOTURNO HAVIA ATACADO DE NOVO. NO ENTANTO, EU SÓ TINHA UMA COISA NA CABEÇA: O MEU PAI. NÃO O RICARDO, MAS O MEU PAI BIOLÓGICO. É, EU ACREDITEI EM TUDO. PODE SER QUE EU SEJA MUITO INGÊNUO, OU PODE SER QUE AQUILO TUDO SEJA VERDADE, POR MAIS FANTÁSTICA QUE SEJA AQUELA HISTÓRIA. MINHA CABEÇA ESTAVA UM CAOS. SOTURNO, FUTURO E, CLARO... LIANE. FAZ QUASE DOIS MESES QUE EU NÃO A VEJO, OU ESCUTO SUA VOZ. EU ACHO QUE TÔ FICANDO LOUCO...”
DEIVID, TRAJADO COMO O HERÓI CONHECIDO COMO ESTELAR, ENTRA NA CENA DO CIME, EVITANDO SER VISTO. O RAPAZ VASCULHA TODA A SALA SECRETA, TENTANDO DESCOBRIR ALGUMA PISTA. O SANGUE AINDA ESTAVA NO CHÃO. UM MAR DE SANGUE.
- CARA, COMO ALGUÉM PODE FAZER TUDO ISSO EM TÃO POUCO TEMPO? É IMPOSSÍVEL!
DE REPENTE, O RAPAZ OLHA PARA O CHÃO E NOTA ALGO ESTRANHO COM O SANGUE DO LOCAL. COM UM POUCO DE RECEIO, ESTE COLOCA SUAS MÃOS E NOTA QUE SE TRATAVA DE UMA ESPÉCIE DE CARTÃO. NEGRO, COM UM SORRISO ESTAMPADO EM SUA FRENTE, UM SORRISO MACABRO. COM ESSA PISTA, O JOVEM RETORNA À SUA CASA, TENTANDO DESCOBRIR O QUE SERIA AQUILO.
“ENCONTRE-ME NO GALPÃO DA RUA 6 PARA RESOLVERMOS NOSSAS DIFERENÇAS. ASSINADO: SEU VELHO AMIGO SOTURNO”
“ESSA ERA A FRASE ESCRITA NO TAL CARTÃO. CLARO QUE ERA UMA ARMADILHA, MAS EU TINHA QUE IR, ERA MINHA ÚNICA CHANCE DE ME ENCONTRAR CARA A CARA COM ELE. E PRENDÊ-LO, CONSEQUENTEMENTE.”
- O QUE PRETENDE FAZER?
- NÃO É ÓBVIO, ANDRÉ? EU VOU ENCONTRÁ-LO NESSE ENDEREÇO AÍ.
- VOCÊ FICOU MALUCO!? TÁ NA CARA QUE É UMA ARMADILHA!
- EU SEI DISSO. E TAMBÉM SEI QUE ELE NÃO VAI ESTAR SOZINHO. MAS EU PRECISO IR, PRECISO ENFRENTÁ-LO. É O ÚNICO MEIO DE DERROTAR ESSE PSICOPATA.
- DEIVID, EU...
- DEPOIS PAI, AGORA EU TENHO ALGO A FAZER. – DIZ DEIVID, TERMINANDO DE PÔR SEU UNIFORME E, LOGO EM SEGUIDA, SAINDO PELA JANELA.
GALPÃO DA RUA 6:
“É AQUI, O LUGAR ONDEEU VOU FINALMENTE CONHECER O HOME QUE TRANSFORMOU MINHA CIDADE EM UM SHOW DE HORRORES. E É AQUI QUE EU TEREI A MAIOR SURPRESA DE MINHA VIDA.”
VENDO QUE A PORTA ESTARA TRANCADA, ESTELAR USA SUA TELECINESE, MOVENDO-A O BASTANTE PARA ENTRAR. ASSIM QUE ENTRA, UMA LUZ SE ASCENDE. ESTELAR SE COLOCA EM POSIÇÃO DE LUTA E SE PREPARA PARA O PIOR, QUANDO OUVE UM BATER DE PALMAS.
- FINALMENTE CHEGOU MEU RAPAZ. PARABÉNS POR CHEGAR À TOCA DO LOBO, MEU CORDEIRINHO. EU SABIA QUE VIRIA. VOCÊS, HERÓIS, SÃO ARROGANTES ATÉ DEMAIS. ACHAM QUE PODEM RESOLVER TUDO SOZINHOS. ACHAM QUE SÃO MAIORES QUE TODOS, MAS NÃO SÃO. EU SEI PEGAR NO PONTO FRACO DE VOCÊS, E VIRÁ-LOS DO AVESSO. EU SEI COMO ESMIGAHAR SUAS EMOÇÕES EM APENAS UM SEGUNDO.
- O QUE QUER SOTURNO?
- EU QUERO O SEU SANGUE, SEU MOLEQUE INTROMETIDO, SE METENDO EM MEUS NEGÓCIOS. PRENDENDO MEUS ALVOS. SABE QUANTO DINHEIRO EU TIVE QUE GASTAR PRA SOLTAR ESSES VERMES!?
- ISSO NÃO É PROBLEMA MEU! EU SÓ QUERO ACABAR COM ISSO LOGO.
- ENTÃO SOMOS DOIS, HEROIZINHO. ÍNDIGO! ELETRO! AGORA!
DE REPENTE, DUAS FIGURAS SURGEM DAS SOMBRAS, ATACANDO ESTELAR. UMA DELAS, ÍNDIGO, A MULHER DE PELE AZULADA E PODERES DE TELEPORTE, TENTA ACERTAR O RAPAZ COM GOLPS MORTAIS. PORÉM, NÃO É EFICAZ. ELETRO FICA PARADO, NA ESPERA DE UMA OCASIÃO PERFEITA PARA DISPARAR UMA RAJADA ELÉTRICA EM SEU ADERSÁRIO, SEM MACHUCAR SUA PARCEIRA.
- ATIRE LOGO, SEU IDIOTA, O QUE ESTÁ ESPERANDO!? – GRITA SOTURNO AO SEU LACAIO.
ELETRO SOLTA UMA DESCARGA ELÉTRICA, QUE ACERTA EM CHEIO ESTELAR, SENDO JOGADO NA PAREDE POR CAUSA DO IMPACTO. NO ENTANTO, O HERÓI LEVANTA E, USANDO DE SUA TELECINESE, JOGA UM GALÃO DE ÓLEO CONTRA O INIMGO.
- ACHA QUE ISSO VAI ME FERIR, SEU IDIOTA?
ELETRO, USANDO SUAS RAJADAS ELÉTRICAS, ATINGE O GALÃO, QUE EXPLODE. COM O IMPACTO, O VILÃO É ARREMESSADO CONTRA A OUTRA PAREDE, BATENDO DE CABEÇA NESTA, CAINDO DESACORDADO.
- ESSES IDIOTAS... – RESMUNGA SOTURNO.
- AINDA FALTA UMA, MAS... CADÊ ELA?
NESTE MOMENTO, ÍNDIGO SURGE ACIMA DE ESTELAR, O GOLPEANDO COM FORÇA NA CABEÇA. O HERÓI, LEVANDO SUA MÃO À ESTA, TENTA SE RECUPERAR À TEMPO, NO ENTANTO, É SURPREENDIDO NOVAMENTE PELA INIMIGA, QUE O GOLPEIA POR TRÁS.
“ÍNIGO USA UMA ESTRATÉGIA MUITO EFICAZ. ELA ME GOLPEIA E, QUANDO VOU RETRIBUIR O GOLPE, A MALDITA SE TELEPORTA. ASSIM EU NUNCA VOU VENCER ESSA BATALHA, A MENOS QUE...”
ESTELAR PÁRA. SEUS OLHOS PERMANECEM FECHADOS POR ALGUNS SEGUNDOS, TEMPO SUFICIENTE PARA QUE ÍNDIGO APAREÇA E LHE APLIQUE UM NOVO GOLPE. NO ENTANTO, ANTES DESTA CONSEGUIR GOLPEÁ-LO, O RAPAZ ERGUE SUA MÃO DIREITA EM DIREÇÃO DESTA, FAZENDO-A VOAR PARA LONGE, CAINDO NO CHÃO, DESACORDADA.
- É SÓ ISSO QUE VOCÊ TEM, SOTURNO?
- LONGE DE MIM TE DECEPCIONAR DESSE JEITO, MEU GAROTO. EXATAMENTE POR ISSO EU GUARDEI O MELHOR PRO FINAL...
SOTURNO ABRE UMA ESPÉCIE DE COMPARTIMENTO DE SUA CADEIRA. NELA UM BOTÃO QUE ELE RAPIDAMENTE APERTA. A PAREDE POR DETRÁS DO VILÃO COMEÇA A SE MEXER, REVELANDO UMA FIGURA, DE TRAJES E MÁSCARA NEGRA E COM UMA ADAGA EM CADA MÃO. A MULHER PULA DE UMA FORMA MAGNÍFICA, FICANDO À FRENTE DO MESTRE.
- MUITO BEM, HEROIZINHO, APRESENTO-LHE MINHA MAIOR CRIAÇÃO... O PROJETO LÓTUS!
A MULHER, LENTAMENTE, RETIRA SUA MÁSCARA, REVELANDO SER ALGUÉM MUITO CONHECIDA DO HERÓI.
- OLÁ... DEIVID!
- OH, DEUS, NÃO PODE SER. ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO. – RETRUCA O HERÓI, COMPLETAMENTE CONFUSO. ESTE SE AJOELHA, AINDA RETRUCANDO COM O QUE ACABA DE VER. - É MESMO VOCÊ, LI?
“ERA ELA. ELA ESTAVA VIVA. ERA LIANE. EU NUNCA PODERIA IMAGINAR O PORQUÊ DELA NUNCA SE COMUNICAR COMIGO, DESDE O DIA DO ENTERRO. ERA ISSO, ELA SE TORNOU UM LACAIO DO SOTURNO.”
- SEU MALDITO, COMO PÔDE SEQUESTRÁ-LA?
- SEQUESTRAR? EU NÃO SEQUESTREI NINGUÉM. ELA VEIO A MIM POR LIVRE E ESPONTÂNEA VONTADE. NÃO É, QUERIDA?
- SIM, MEU MESTRE.
- POR QUE, LI, POR QUÊ?
- HUHUHUHU, POR QUÊ? POR UM SIMPLES MOTIVO, AMOR: PODER!
A GAROTA AVANÇA SOBRE ESTELAR, USANDO GOLPES COM SUAS ADAGAS. O RAPAZ, COM EXTREMA RAPIDEZ, CONSEGUE SE DESVENCILHAR DOS ATAQUES DA ADVERSÁRIA. ENTRETANTO, POR MAIS QUE TIVESSE QUE FAZÊ-LO, O RAPAZ NÃO CONSEGUIA LEVANTAR A MÃO CONTRA A OPONENTE.
- O QUE FOI DEIVID? ATAQUE-ME, AGORA!
- VOCÊ SABE QUE EU NÃO POSSO, LI. EU... EU...
O RAPAZ, QUANDO TERMINARIA SUA FRASE, É ATINGIDO POR UMA DAS ADAGAS DA MOÇA. LOGO EM SEGUIDA, ESTA CHUTA SEU ROSTO, FAZENDO-O CAIR. QUANDO ESTÁ NO CHÃO, O RAPAZ NOTA UMA PEQUENA LÁGRIMA SAINDO DOS OLHOS DE SUA AMADA, E COMEÇA A FALAR:
- LI, TENTE TOMAR O CONTROLE. NÃO É VOCÊ QUE ESTÁ FAZENDO ISSO, É O SOTUNO!
ESTELAR GRITA COM TODAS AS SUAS FORÇAS, PORÉM, A GAROTA NÃO OUVE SUAS SÚPLICAS. O RAPAZ SE LEVANTA, BASTANTE DEBILITADO, NO ENTANTO, LIANE, AGORA CHAMADA DE PROJETO LÓTUS, É MAIS RÁPIDA E FINCA SUA ADAGA NA BARRIGA DO RAPAZ. SANGUE COMEÇA A DESCER PELA BOCA DO HERÓI. A GAROTA GIRA SUA ARMA, AINDA DENTRO DO CORPO DO OPONENTE, A FIM DE QUE ESTE NÃO POSSA REAGIR. ESTA RETIRA A ADAGA DE DEIVID, QUE CAI NO CHÃO, BANHANDO EM LÁGRIMAS. O SANGUE COMEÇA A ESCORRER DE SEU CORPO, FORMANDO UMA GRANDE POÇA DE SANGUE AO REDOR DOS DOIS.
“AQUELE ERA MEU MOMENTO. EU SENTIA QUE LIANE LUTAVA DENTRO DE SI PRA SAIR DO CONTROLE DE SOTURNO, MAS ERA TARDE DEMAIS. NUNCA PODERÍAMOS FICAR JUNTOS. ERA A NOSSA SINA. ALGO SEMPRE NOS ATRAPALHAVA. BOM, PELO MENOS EU VOU MORRER FELIZ, SABENDO QUE A GAROTA QUE EU AMO NÃO UM MONSTRO.”
ESTELAR FECHA OS OLHOS DEVAGAR. LIANE, AO PERCEBER O QUE FEZ, LARGA AS ADAGAS DE SUAS MÃOS, RECUPERANDO O CONTROLE DE SUA MENTE. A MOÇA OLHA PARA O HERÓI, CAÍDO, INERTE, E COMEÇA A CHORAR. ESTA SE AJOELHA PERANTE SEU AMOR E, COM SUAS MÃOS TRÊMULAS, O ENVOLVE EM SEUS BRAÇOS.
- NÃO... POR QUE, MEU DEUS? POR QUÊ?
ENQUANTO A JOVEM SE LAMURIA, UMA ESPÉCIE DE LUZ BRANCA SAI DE SUA MÃO ESQUERDA, QUE SE ENCONTRA PERTO DO FERIMENTO DO RAPAZ. NÃO SABENDO AO CERTO O QUE ESTARA ACONTECENDO, LIANE VÊ SEU AMADO ABRIR OS OLHOS BEM DEVAGAR, ABRAÇANDO-O FORTEMENTE, LOGO DEPOIS.
- DE-DEIVID... VOCÊ ESTÁ... VIVO!
- EU NUNCA IA TE DEIXAR ME PERDER TÃO FÁCIL ASSIM, LI.
OS DOIS SE ABRAÇAM APAIXONADAMENTE. O BRILHO NOS OLHOS DO CASAL EVIDANCIA A PAIXÃO QUE HÁ ENTRE OS DOIS. ESTES SE BEIJAM, ESQUECENDO DE TUDO AO REDOR... O CASAL ESTAVA MAIS FELIZ QUE NUNCA. NO ENTANTO, TAL FELICIDADE É INTERROMPIDA. ENQUANTO SE BEIJAVAM, UMA DAS ADAGAS DA MOÇA É CRAVADA EM SUAS COSTAS. A JOVEM ARREGALA SEUS OLHOS E CAI, SENDO AMPARADA PELOS BRAÇOS DE ESTELAR. SOTURNO ACABARA DE TIRAR A VIDA DE SEU SOLDADO.
- LI, NÃO! SEU MALDITO, EU VOU ACABAR COM VOCÊ!
VIRANDO-SE PARA SOTURNO, OS OLHOS DO HERÓI TOMAM UM TOM AVERMELHADO, MUITO PECULIAR. UMA AURA NEGRA ENVOLVE O RAPAZ QUE, COM TANTO PODER SENDO EMITIDO, COMEÇA A INFLUENCIAR O MOVIMENTO DOS OBJETOS DO LOCAL. A ADAGA QUE ESTAVA NO CHÃO É LANÇADA CONTRA O ROSTO DO VILÃO QUE, COMO POR MILAGRE, CONSEGUE ESCAPAR DO ATAQUE, VIRANDO SEU ROSTO. NO ENTANTO, SUA MÁSCARA É AVARIADA, REVELANDO SUA VERDADEIRA FACE.
- VOCÊ! – GRITA ESTELAR, AO VER O ROSTO DO INIMIGO.
- DEMOROU PRA PERCEBER, HEROIZINHO.
O HOMEM RETIRA SUA MÁSCARA POR COMPLETO, REVELANDE SER MARCELO ABRAÃO, O NOVO DONO DAS EMPRESAS ALVORADA.
- SEU MANÍACO HOMICIDA, EU VOU ACABAR COM A SUA RAÇA.
“ELE ERA PRA SER UM O CARA QUE ACABARIA COM A MÁ FAMA DO PAI. MAS É IGUALZINHO À ELE. SÃO DOIS PORCOS, DOIS PEDAÇOS DE MERDA MAL FEDIDA. A ÚNICA COISA QUE EU QUERO AGORA É DESTRUIR ESSE SUJEITO. ACABAR COM ELE ANTES QUE FAÇA MAL À ALGUÉM MAIS.”
ESTELAR, AINDA COM SEUS OLHOS VERMELHO SANGUE, SE PÕE EM LÁGRIMAS, ENQUANTO ANDA VAGAROSAMENTE AO ENCONTRO DE SEU INIMIGO.
- VOCÊ MATOU TODOS ELES, MATOU ATÉ SEU PAI. VOCÊ MERECE UM CASTIGO MAIOR QUE A MORTE, SEU MERDA!
- HAHAHAHA! MEU PAI? SABE O QUE MEU PAI ME DEU DE PRESENTE DE 16 ANOS? UMA VIAGEM SEM VOLTA AO MUNDO DAS DROGAS. AOS 18, ELE ME DEU UMA PASSAGEM À UMA CLÍNICA DE REABILITAÇÃO, ONDE EU PASSEI TRÊS ANOS JUNTO DAQUELES MALDITOS VICIADOS QUE CHEIRAVAM À URINA E MASTURBAÇÃO. MEU PAI ERA UM CANALHA. A MORTE DELE FOI SÓ O COMEÇO. EU LIMPEI ESSA CIDADE DESSES BANDIDOS PODRES E VOCÊ ME AJUDOU, LOCALIZANDO ESSA CORJA. MUITO OBRIGADO, HERÓI MISTERIOSO. BOM, AGORA TENHO QUE IR.
SOTURNO DÁ AS COSTAS AO HERÓI E SAI CAMINHANDO. ENQUANTO ANDA ATÉ SUA SAÍDA, ESBOÇA UM LEVE SORRISO E, QUANDO ESTELAR VOA EM SUA DIREÇÃO, O VILÃO ACIONA UM CONTROLE EM SUA MÃO QUE FAZ CRIAR UM CAMPO ELÉTRICO, ACERTANDO O HERÓI EM CHEIO.
- ADEUS HERÓI! PENA NÃO PODERMOS NOS REENCONTRAR MAIS, VOCÊ É DIVERTIDO ATÉ. HAHAHAHAHA! TE VEJO NO INFERNO!
UM COMANDO É ACIONADO NO GALPÃO. O LUGAR ESTAVA PRESTES À EXPLODIR. ESTELAR, AINDA SE RECUPERANDO DO CHOQUE, PEGA SUA AMADA NOS BRAÇOS E PARTE, VOANDO, EM DIREÇÃO À SAÍDA. O RAPAZ OLHA PARA OS LADOS E VÊ OS DOIS VILÕES QUE HAVIA DERROTADO.
“FALTAM SÓ ALGUNS SEGUNDOS. NÃO DÁ PRA SALVAR TODO MUNDO. NEM MESMO SEI SE POSSO SALVAR A MINHA VIDA. NA VERDADE, EU SÓ QUERO VIVER PRA DAR UM ENTERRO DIGNO À LIANE. ELA JÁ SOFREU DEMAIS NESSA VIDA.”
O TEMPO ACABA, ESTELAR NÃO CONSEGUE SAIR DO LOCAL, ENTÃO, COBRINDO SUA AMADA COM A CAPA, ESPERA PELA CHEGADFA DE SUA MORTE.
UMA GRANDE EXPLOSÃO OCORRE, DESTRUINDO TOTALMENTE O PRÉDIO. NO ENTANTO, ALGO SE MOVIMENTA DENTRE OS ESCOMBROS. ERA ESTELAR. EM UMA BOLHA TELECINÉTICA, O RAPAZ SAI DE DENTRO DOS ESCOMBROS COM LIANE EM SEUS BRAÇOS. ERA UM MILAGRE.
- FINALMENTE POSSO FAZER UM ENTERRO DIGNO PRA VOCÊ, LI. – DIZ O RAPAZ, COM UMA VOZ TRÊMULA E OS OLHOS CHEIOS D’ÁGUA.
DOIS DIAS DEPOIS:
NO PRÉDIO PRINCIPAL DAS EMPRESAS ALVORADA, MAIS PRECISAMENTE EM UM LABORATÓRIO SUBTERRÂNEO, O EMPRESÁRIO MARCELO ABRAÃO ACOMPANHAVA ALGUNS TESTES EM UMA COBAIA HUMANA. QUANDO O HOMEM SAI DA ÁREA DOS TESTES, O MILHONÁRIO VAI EM DIREÇÃO À ELE.
- MEUS PARABÉNS, SENHOR TAMASHI, PARECE QUE OS TESTES FUNCIONARAM MUITO BEM COM O SENHOR. SUA HABILIDADE DE GERAR VIBRAÇÕES É INCRÍVEL. VOCÊ SERÁ BASTANTE ÚTIL PARA MEUS PLANOS.
- DO QUE VOCÊ TÁ FALANDO, TIOZINHO? EU SÓ QUERO PEGAR MINHA GRANA E METER O PÉ. NUM TEM ESSA DE SER USADO POR NINGUÉM NÃO, VALEU? – DIZ O HOMEM, DE TRAÇOS ORIENTAIS, ENQUANTO RECOLOCA SUA CAMISA.
- AQUI VOCÊ NÃO TEM QUE QUERER OU NÃO. EU SOU SEU DONO AGORA, EU FAÇO AS REGRAS. – DIZ O HOMEM, ENQUANTO VÊ QUE O RAPAZ CONTINUA CAMINHANDO EM DIREÇÃO À PORTA. – SABE, SERIA UMA PENA QUE SEU POBRE VOVOZINHO SEJA PEGO COM DOCUMENTAÇÃO FORA DO COMUM E FOSSE MANDADO DE VOLTA PARA O JAPÃO.
- DEIXA MEU AVÔ FORA DISSO.
- A ESCOLHA É SUA. SE NÃO FIZER O QUE EU DIGO, SEU NOBRE VOVÔ SOFRE AS CONSEQUENCIAS.
OS DOIS COMEÇAM A CAMINHAR ATÉ OUTRA SALA, ONDE ABRAÃO SE SENTA, ENQUANTO SEU NOVO SOLDADO O OLHA, COM BASTANTE IRRITAÇÃO.
- QUERO QUE CONHEÇA SEU GRUPO, SENHOR TAMASHI.
UMA PORTA SE ABRE, REVELANDO CINCO FIGURAS MISTERIOSAS.
- ESSES SÃO: VÍBORA, TANQUE, SALAMANDRA, ALTA-VOLTAGEM E METEORA, SENHOR CATÁSTROFE...
DIA SEGUINTE. ENTERRO DE LIANE ALMEIDA:
“QUASE NINGUÉM FOI AO ENTERRO DELA. NA VERDADE, APENAS EU, MEU PAI E ANDRÉ, QUE SABÍAMOS TODA A VERDADE, ESTÁVAMOS LÁ. NÃO HOUVE UMA GRANDE CERIMÔNIA, NEM UM PADRE FAMOSO NA CIDADE REZANDO PRA ELA. APENAS UMA SINGELA HOMENAGEM À GAROTA QUE ME MOSTROU O QUE ERA O AMOR. TÁ BOM, TO FICANDO MELOSO DEMAIS, MAS... NÃO SEI, VAI SER DIFÍCIL PREENCHER ESSE VAZIO. NÃO SEI O QUE VAI ACONTECER A PARTIR DE AGORA, OU COMO AS COISAS VÃO FICAR EM RELAÇÃO À MIM E MEU PAI. EU SÓ SEI DE UMA COISA: EU VOU ACABAR COM AUQELE INFELIZ DO SOTURNO”
NA MESMA NOITE:
SENTADO EM SUA CADEIRA, NA SALA DA PRESIDÊNCIA, SOTURNO, AO TELEFONE, FALA, COM UM TOM DE PREOCUPAÇÃO:
- PEGUE O CORPO DELA E FAÇA ALGUNS TESTES. VEJA O QUE PODE SER REAPROVEITADO. PEGUE TAMBÉM OS CORPOS DE ÍNDIGO E ELETRO E FAÇA OUTROS TESTES TAMBÉM. E... HORCADES, NUNCA MAIS LIGUE PARA ESSE TELEFONE DE NOVO. – AO DESLIGAR O TELEFONE, O HOMEM VIRA-SE PARA SUA SECRETÁRIA E DIZ: - ANA DÊ CABO DELE, IMEDIATAMENTE, NÃO PODEMOS TER PONTAS SOLTAS.
A MULHER SAI PELA PORTA. O EMPRESÁRIO PEGA UMA GARRAFA DE UÍSQUE E COLOCA UMA DOSE EM SEU COPO. NO ENTANTO, ENQUANTO LEVA SEU COPO À BOCA, O HOMEM NOTA A PRESENÇA DE ALGUÉM.
- FINALMENTE VEIO SE VINGAR DA SUA GAROTINHA, NÃO É HERÓI? - DIZ SOTURNO, ENQUANTO ESTELAR PERMANECE PARADO, EM FRENTE À JANELA DO ANDAR. – RESPONDA SEU IDIOTA!
- UM DIA, SOTURNO, VOCÊ VAI CAIR, E VAI CAIR FEIO. E EU VOU ESTAR LÁ, NA PRIMEIRA FILA, VENDO VOCÊ SE DESGRAÇAR...
- VOCÊ É MUITO PRETENSIOSO VINDO AQUI E... - NO ENTANTO, AO SE VIRAR, O HOMEM NÃO VÊ NINGUÉM.
MANHÃ SEGUINTE:
DEIVID ARRUMA SUAS MALAS, SENDO OBSERVADO POR SEU PAI E SEU AMIGO ANDRÉ.
- TU TEM CERTEZA QUE TÁ INDO PRA LÁ, BROTHER?
- NÃO É LÁ QUE É O PALCO DA BATALHA FINAL? ENTÃO É PRA LÁ QUE EU VOU. – DIZ O RAPAZ, COM UM MEIO SORRISO EM SEU ROSTO.
RICARDO CHEGA PERTO DE SEU FILHO E O ABRAÇA FORTEMENTE. LOGO DEPOIS, ELE SAI DO QUARTO, DANDO A IMPRESSÃO QUE QUERIA PEGAR ALGUMA COISA.
- ESCUTE MEU FILHO...
- OLHA PAI, SE É SOBRE ESSA HISTÓRIA DE ALIENS E TALS, DEIXA PRA OUTRA HORA, PORQUE SENÃO EU CHEGO ATRASADO.
- NÃO É NADA DISSO, RAPAZ. EU SÓ QUERO LHE ENTREGAR ISSO...
DEIVID ABRE A CAIXA E VÊ UM NOVO UNIFORME. DE COR AZUL E UMA ESTRELA DOURADA MENOR EM SEU PEITO, O RAPAZ, COM OS OLHOS BRILHANDO, AGRADECE AO SEU PAI, ENQUANTO SAI PELA PORTA.
- AÍ, MEU BROTHER, SE CUIDA. LIGA DE VEZ EM QUANDO, CONTANDO SUAS AVENTURAS COM A HEROIZADA LÁ.
- FILHO, NÃO VOU COM VOCÊ ATÉ O AEROPORTO. ISSO É UMA COISA QUE VOCÊ DEVE FAZER SOZINHO. ALIÁS, VOCÊ JÁ SABE O QUE TEM QUE FAZER. QUANDO CHEGAR AO AEROPORTO DE NOVA CAPITAL, PROCURE POR LEON. ELE FOI UM ANTIGO COLEGA MEU NOS TEMPOS DE FACULDADE. A CASA DELE É PEQUENA, MAS VOCÊ VAI SE ACOMODAR. ELE TEM UMA FILHA, MAS ELA NÃO MORA JUNTO DELE, MAS UM DIA VOCÊ VAI CONHECER E, QUEM SABE, ATÉ PODE HAVER ALGUMA COISA.
- PAI, VOCÊ SABE QUE, DEPOIS DE LIANE, EU NÃO QUERO ME ENVOLVER TÃO CEDO.
O RAPAZ SAI PELA PORTA DE CASA, EM DIREÇÃO AO AROPORTO DA LUZ, LOCALIZADO À POUCOS QUILÔMETROS DE SUA CASA. COM UM ACENO, ESTE SE DESPEDE DE SEU MAIS FIEL AMIGO E DE SEU PAI.
“UMA PÁGINA DA MINHA VIDA FOI ENCERRADA. E, COMO UM BOM LIVRO, MAIS CAPÍTULOS VIRÃO. TALVEZ MAIS EMOCIONANTES, E COM FINAIS MAIS FELIZES. EU NUNCA VOU ESQUECER LIANE, NEM AQUELE JEITO DOCE COM QUE ELA OLHAVA PRA MIM. MAS A VIDA CONTINUA E EU TENHO QUE SER FORTE PRA ABRAÇAR MEU DESTINO. UM DESTINO QUE PODE SER DOLOROSO, OU TALVEZ NÃO. QUE OS DIAS QUE VIRÃO SEJAM DE PAZ E QUE ESSA ÉPOCA SEJA LEMBRADA SEMPRE COMO A ÉPOCA EM QUE OS HERÓIS SALVARAM O MUNDO...”

FIM...?